quarta-feira, 13 de abril de 2011
Atualmente a sociedade brasileira presencia um intenso debate sobre pesquisa em biotecnologia e plantio comercial de organismos geneticamente modificados (OGMs), conhecidos popularmente como transgênicos. O problema deve ser examinado sem dogmas, através do prisma da biossegurança e das exigências econômicas por competitividade internacional e eficiência operacional. No entanto se observa que a formação das idéias e concepções sobre transgenia, estão muito mais controladas e associadas a opiniões políticas, religiosas e econômicas, o que produz enormes distorções de avaliação. O resultado é que as decisões tem passado por filtros políticos, jurídicos e econômicos em detrimento de avaliações científicas e os resultados destes processos todos estamos assistindo. A história é hegemônica e tem a capacidade de atropelar tanto conceitos quanto preconceitos como se fossem a mesma coisa e não são. Há um consenso na comunidade científica mundial que a tecnologia convencional não será suficiente para que o aumento da produção de alimentos seja suficiente para alimentar uma população de 9,37 bilhão de pessoas, estimada para o ano 2.050 (BONGAART, J. Global population Growth: Demographic consequences of declining fertility. Science 282: 419-420, 1998). O crescimento da população não exigirá apenas maior quantidade de alimentos, mas também uma grande expansão de áreas ocupadas com moradias, locais de trabalho, educação e lazer. Por isto é fundamental um acentuado aumento na produtividade das culturas, para que algumas regiões naturais, como a Amazônia, possam continuar a ser preservadas (ZANETTINI, M. H. B. Plantas transgênicas: estado da arte e histórico. In SACCHET, A. M. O. F. org. Genética para que te quero? Porto Alegre. Ed. UFRGS, 1999, 235p). Já é percebido claramente que no futuro haverão mercados diferenciados para alimentos. O mercado orgânico, sem o uso de agroquímicos, mas em geral com preços maiores. O mercado tradicional, que aceita o cultivo como é feito atualmente, mas rejeita os transgênicos. E o mercado de organismos geneticamente modificados. Deverão existir políticas públicas muito claras sobre plantio, estocagem e rotulagem dos produtos agrícolas, para que os mesmos possam ser garantidos e assim não haver prejuízos em nenhum dos mercados, tanto interno como externo. Pesquisas publicadas (Nature Biotechnology) mostram dados singulares, que representam muito mais influências de manipulação de informação do que qualquer outro fato. Ao mesmo tempo que se reduz a confiança na biotecnologia para agricultura, o mesmo não ocorre com a manipulação genética de plantas para destinações não alimentares, como produção de medicamentos. Pareceria adequado falar em pragmatismo, mas o calor dos interesses subreptícios impede. A percepção da validade das novas tecnologias não tem transitado pelo conhecimento de causa. Fígados de porcos já foram enxertados com sucesso em seres humanos e pesquisadores enxergam nos transplantes com doadores animais a solução ética para a carência de órgãos doados por seres humanos. A biotecnologia claramente tem perdido a batalha da comunicação, derrotada por exércitos dogmatizados, a serviço consciente ou inconsciente de interesses excusos. Não deixa de ser curioso que especialistas em biotecnologia, que é um dos mais pragmáticos ramos das ciências, não consigam transferir a concepção do seu pragmatismo antes de qualquer outra coisa.
Saiba por que o Brasil está na mira dos piratas e indústrias estrangeiras de plantão.Você acha que crime de pirataria é baixar um filme pelo computador? Sim, você está certo. Mas é também comprar uma Arara Azul no mercado negro. Infelizmente, o Brasil é uma das principais fontes do contrabando de fauna, com 15% a 20% do total mundial. Mais de 12 milhões de animais são tirados a cada ano daqui, agravando o risco de extinção de 208 espécies. Pessoas que buscam exemplares raros, assim como a indústria farmacêutica, que compra espécies venenosas de aranhas e serpentes, estimulam o mercado internacional. Essa atividade é chamada de biopirataria.Ou seja, a biopirataria é a prática ilegal de exploração, manipulação, exportação e comercialização de recursos biológicos de um país a outro. Brasil, Indonésia, China e Índia sofrem com esse processo descontrolado. Temos o título de maior biodiversidade mundial, e por isso nossa fauna e flora estão na mira dos biopiratas e indústrias estrangeiras. Uma tentativa de resolver problemas dessa exploração foi a criação, em 1992, da Convenção da Diversidade Biológica, que busca regulamentar os recursos biológicos e a sua comercialização. Muitos contrabandistas se passam por turistas, cientistas bem intencionados e conseguem entrar em contato com integrantes de comunidades que passam todo o seu conhecimento aos interesseiros de plantão, perdendo o controle sobre os recursos gerados pelo seu conhecimento. Por aqui, a biopirataria se concentra, principalmente, na Amazônia e, ainda, na Caatinga, Pantanal e Mata Atlântica.A internet é um dos meios mais utilizados para a venda ilegal de animais silvestres. E a pena para os traficantes é de seis meses a um ano de prisão, além de multas de até R$ 5,5 mil por exemplar apreendido. De cada 10 animais traficados, nove morrem antes de chegar ao seu destino final. A captura acontece em lugares em que há grande biodiversidade, como a região Norte, o Pantanal e o Nordeste - regiões pobres do ponto de vista sócio-econômico. Depois, o animal passa por vários intermediários até chegar aos grandes comerciantes que ficam no eixo Rio - São Paulo.Se você quiser fazer uma denúncia, ligue para a linha Verde do IBAMA: 0800- 61 8080. Ou então, entre em contato com Rede Nacional contra o Tráfico de Animais Silvestres RENCTAS, pelo email renctas@renctas.org.br. Prejuízo Cálculos feitos, em 2006, pelo Ibama, mostram que o Brasil tinha um prejuízo diário de US$ 16 milhões graças à biopirataria internacional. As matérias primas e os produtos brasileiros saem daqui e são patenteados em outros países. Com isso, as empresas brasileiras não podem vender esses produtos no mercado internacional e, inclusive, são obrigas a pagar royalties para importá-los.Sem falar nas plantas nativas que saem ilegalmente do Brasil. São 20 mil extratos que saem por ano e que servem para fabricação de remédios. Como resolver o problema? Na prática, não há como proibir que pessoas e empresas patenteiem recursos biológicos e conhecimentos tradicionais sobre a fauna e a flora dos lugares. Mas existem normas que, regidas por leis internacionais, deveriam ser seguidas. Como aquela que orienta a repartição dos lucros gerados pela utilização de técnicas tradicionais e de recursos naturais por meio do pagamento de royalties às comunidades ou aos países de onde foram apropriados. Mas é claro que, na maioria das vezes, isso não acontece.
A engenharia genética, uma nova ciência que tem possibilitado a realização de experimentos na área da genética, com resultados surpreendentes sobre a vida. Pela sua relação direta ou indireta com o meio ambiente, a engenharia genética não poder deixar de ter atenção dos ambientalistas e estudiosos do direito ambiental.
Biotecnologia
É a aplicação de conhecimentos químicos e biológicos e de novas tecnologias nas áreas da saúde, de alimentos, química e ambiental. O profissional de Biotecnologia é multidisciplinar, pois entende tanto de biologia quanto de química, física, estatística e informática. Em laboratório, ele estuda o melhoramento genético, a criação e o gerenciamento de novos produtos, que podem ser medicamentos, ingredientes para alimentos industriais ou até mesmo uma planta. Na área da microbiologia, estuda fungos, bactérias, vírus e protozoários e as moléstias que eles causam em plantas e no organismo do homem e de animais, além de pesquisar métodos de utilização desses microrganismos na produção de alimentos e bebidas, como laticínios, cerveja e vinho. O especialista em imunologia emprega os microrganismos na produção de vacinas e medicamentos. Em indústrias alimentícias e farmacêuticas, cuida do controle do crescimento microbiano e da segurança e higiene no ambiente de trabalho, assim como controla a qualidade do produto final. Também atua em órgãos de controle ambiental, na avaliação e prevenção da contaminação da água e do solo. Com formação específica, trabalha como engenheiro, projetando, construindo e operando equipamentos que reproduzem, em escala industrial, processos que envolvam células vivas, empregados na fabricação de medicamentos, cosméticos, alimentos ou química em geral.
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